O monitoramento da biodiversidade pode ser definido como o processo de determinar o estado e acompanhar mudanças nos organismos vivos e nos complexos ecológicos dos quais eles fazem parte (1).

As atividades de diagnóstico e monitoramento de fauna e flora fornecem uma base para avaliar a integridade dos ecossistemas, suas respostas aos distúrbios e o sucesso das ações tomadas para conservar ou recuperar a biodiversidade. Assim, podem ser aplicadas a diferentes objetivos, como mensurar possíveis impactos decorrentes da instalação e/ou operação de determinado empreendimento sobre a biodiversidade local e regional, propor ações de manejo e conservação de espécies em áreas protegidas, públicas e privadas, atender aos requisitos de licenciamento ambiental, dentre outros.

Dados primários e secundários podem ser utilizados para tais fins, obtidos através de métodos descritos em literatura, a fim de obter uma amostragem representativa das espécies que compõem os diferentes grupos da fauna local e regional. Quando bem conduzido, o monitoramento realizado a partir de levantamentos em campo (in situ) produz um conjunto de dados que refletem o estado de conservação encontrado nas áreas onde é aplicado, fornecendo a base de informações biológicas necessárias para embasar a gestão e a proposição de medidas adequadas para a conservação dos ambientes monitorados. Esses ambientes podem ser tanto uma área a ser construída, uma pequena unidade de conservação, um conjunto de áreas protegidas ou ainda subsidiando a formulação das políticas e metas nacionais de conservação.

"Um monitoramento mal planejado pode resultar em tomadas de decisão inadequadas e desviar recursos de conservação de outras atividades."

Para serem efetivos, os programas de monitoramento de biodiversidade precisam ser conduzidos com a formulação de boas perguntas, um modelo conceitual robusto de como funciona um ecossistema ou população, fortes parcerias entre cientistas e gestores e correto uso dos dados coletados (2). Um monitoramento mal planejado pode resultar em tomadas de decisão inadequadas e desviar recursos de conservação de outras atividades. Há algum tempo a qualidade dos programas de estudo de impacto ambiental em programas de monitoramento vem sendo criticados no Brasil, por não serem implementados completamente e não conduzirem a melhores tomadas de decisões ambientais, sendo mais críticos no caso de programas de monitoramento de biodiversidade (3).

O IBPBio é composto por profissionais multidisciplinares altamente qualificados, comprometidos com a conservação da biodiversidade e experientes em atividades de monitoramento de biodiversidade. Nossas formações acadêmicas aliadas aos anos de experiência profissional nos possibilitam desenvolver trabalhos de diagnóstico e monitoramento de biodiversidade de forma eficaz e ética, seguindo os protocolos estabelecidos e formulando estratégias para atenuar possíveis pressões sobre os ecossistemas.

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(1) Secretariat of the Convention on Biological Diversity. 2010. Global biodiversity outlook 3. Convention on Biological Diversity. Montreal, QC. 94 p.

(2) Lindenmayer D.B., Likens G.E., 2010. The science and application of ecological monitoring. Biological Conservation. 143, 1317-1328.

(3) Monique da Silva Dias A., Fonseca A., Paglia A. P. 2017. Biodiversity monitoring in the environmental impact assessment of mining projects: A (persistent) waste of time and money?. Perspectives in Ecology and Conservation. 15(3):206-208.