Cidade mais verdes são cidades mais saudáveis.
Quando se pensa em grandes cidades ou metrópoles as primeiras imagens que vem à cabeça são edifícios, carros, muita gente e aglomeração. Mas, ao pensar especificamente em grandes cidades como Nova York nos EUA ou Barcelona na Espanha, ambas consideradas cidades com alto índice de IDH, outras imagens também aparecem na cabeça, imagens de grandes áreas verdes como Central Park em Nova York ou Parque de la Ciutadella em Barcelona.
“cidades devem ter entre 10 a 15 m2 de áreas verdes por habitante”
Sabendo da importância das áreas verdes a OMS (Organização Mundial da Saúde) calculou que as cidades devem ter entre 10 a 15 m2 de áreas verdes por habitante. Tendo como base esses cálculos a cidade de São Luís – MA, por exemplo, com 1.094.667 habitantes, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deveria ter entre 109 a 164 hectares de áreas verdes.
Existem várias possíveis definições do que seria uma área verde, mas segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), considera-se área verde de domínio público “o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização”.
Mas porque as áreas verdes são consideradas tão importantes inclusive para a Organização Mundial da Saúde?
Vejamos alguns exemplos:
1. Ajuda no combate a contaminação
As áreas verdes podem ser consideradas verdadeiros pulmões que ajudam a limpar a típica poluição atmosférica das grandes cidades, por meio da absorção de CO2 e outros gases poluentes.
2. Retenção de águas pluviais
O solo revestido por vegetação e não impermeabilizado por concreto funciona como uma verdadeira esponja que ajuda a reter as águas das chuvas. Ao mesmo tempo que servem para alimentar a própria vegetação, também ajudam no abastecimento dos lençóis freáticos e na diminuição das enchentes, problemas frequentes e muitas grandes cidades.
É comprovado que as áreas verdes reduzem o estresse. Através da conexão com a natureza e a contemplação da paisagem é possível aumentar a sensação de relaxamento, aumentar a criatividade, reduzir a ansiedade e até mesmo aumentar as capacidades afetivas. Ao mesmo tempo que ajuda na saúde mental também permite que as pessoas possam praticar exercícios e esportes ao ar livre, melhorando também a saúde física.
4. Estimula as relações sociais e a consciência ambiental das pessoas
Muitos estudos demonstram que as áreas verdes ajudam nas relações sociais pois fomentam um sentimento de comunidade quando permitem a prática de atividades ao ar livre pelos habitantes da cidade. E como consequência positiva desse estimulo a integração e sentimentos de comunidades os estudos também demonstram que boas relações sociais reduzem os níveis de mortalidade, taxas de suicídios, e aumentam os níveis de saúde a longo prazo. O contato com a natureza, presentes nessas áreas verdes é uma das melhores formas de nos tornar mais conscientes da importância de cuidar da natureza. Todos os estudos confirmam que a forma mais eficaz de criar consciência ecológica e poder viver a natureza e o contato com ela é fundamental para possamos sentir preocupação em cuidá-la.
Ajudar na diminuição das ilhas de calor, preservar ecossistemas regionais, ajudar na geração de mosaicos de fragmentos de biodiversidade em áreas urbanas são alguns outros benefícios de muitos que podemos seguir falando.
Infelizmente é muito difícil monetarizar todos esses benefícios que as áreas verdes trazem para as cidades devido a integração e relativização de vários fatores e das consequências desses fatores. Mas, hoje já é possível estimar com certa aceitabilidade o quanto economicamente essas áreas verdes são importantes. Nos EUA, por exemplo, uma avaliação nas 85 maiores cidades do país, com uma população de cerca de 57,2 milhões constatou que os parques ajudam a economizar cerca de 3,08 bilhões de dólares somente na área da saúde. Na cidade da Filadélfia, também nos EUA, constatou-se uma economia de 16 milhões de dólares como resultado do gerenciamento de águas pluviais e a redução da poluição ocasionados pela boa gestão de áreas verdes, segundo o relatório Trust for Public Land Center for City Park Excellence.
Mesmo sabendo-se da importância das áreas verdes nas áreas urbanas a perda de espaços verdes é proporcionalmente maior do que a criação de novos espaços já que a perda das áreas verdes privadas raramente é compensada pelo fornecimento de mais áreas verdes públicas.
Frente a esse desafio outro estudo conduzido em duas cidades, uma na Austrália (Brisbane) e outra no Japão (Sapporo) projetaram uma nova técnica para avaliação rápida das áreas não utilizadas ou que estão “sobrando” nas cidades e que poderiam servir para a criação de áreas verdes, áreas denominadas no estudo como Informal Urban Green-Space (IGS). Nesse estudo foi demonstrado que nessas duas cidades que as IGS podem substancialmente aumentar a quantidade de áreas verdes nas cidades.
Assim como New York, Barcelona, Filadélfia, Sapporo e vários outras cidades que sabem da importância e do valor das áreas verdes, muitas cidades podem e devem ver as áreas verdes como um ativo capaz não só ajudar na conservação da biodiversidade e melhorar a qualidade de vida da população local, mas também ajudar na econômica de muitos milhões em saúde. Nós da IBPBio atuamos para na elaboração e execução de projetos que possam tonar a realidade das cidades acima também a nossa realidade. Verde na cidade é viver melhor!
Quer saber mais sobre nossos projetos para áreas verdes urbanas? Entre em contato com a gente!
